Para Bernard Tchumi, “LIMITES são áreas estratégicas da arquitetura, estes limites são a base a partir da qual se pode empreender uma crítica das condições existentes.” Entendido isso, pensando no que vem sendo produzido hoje, e nos estudos da disciplina de tópicos, pode-se afirmar que ao estabelecer os limites da arquitetura não somente estamos atentando aos usuários do espaço e também ao homem/cidadão a uma reação crítica, para que ele deixe de ser um usuário passivo e passe a atuar e ser um usuário capaz de definir com ciência o que é bom para ele, como também podemos despertar nesses usuários a importância do uso apropriado do espaço, embora não sejamos, nós futuros arquitetos, detentores do poder de controle do uso que cada um faz de um espaço, podemos indicar o quão importante se faz a percepção do mesmo, e o que os difere quando estão sensivelmente integrados à aquela experiência de espaço.
Segundo Tschumi a tríade Vitruviana pode hoje ser destrinchada em outra tríade, “o concebido, o percebido e o vivenciado”, ou seja, exatamente a união do que se resume (e que esteja esclarecido a palavra, resumo), a função da arquitetura em meu entendimento: o espaço concebido com nosso estudos de técnicas construtivas, de percepção do entorno, de formas, de materiais; o percebido, o que faz com que o usuário perceba a obra, seja ela numa sensação de incomodo, estranheza, ou ‘simplesmente’ pela sua monumentalidade; e ainda o espaço vivenciado, o espaço que é usado, experimentado corporeamente, sensivelmente, o que difere completamente a atuação do usuário, que aqui nestas condições participa de todo o processo de uso, se apropria.
E se voltarmos a pergunta em questão, parando para pensar na historia, grandes arquitetos foram também críticos da arquitetura existente em seus respectivos períodos de atuação, o que nos leva a crer que a dilatação da pratica da crítica ou do entendimento do que são limites na arquitetura, permite um entendimento da mesma, distinguindo seu real valor e sobrepujando sua redução a estilos, modas e tendências, bem como ao seu atrelamento aos movimentos do mercado.